quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Quando eu fechar os olhos

Fonte: Juliana Coutinho

Em meio a choros, saudade, flores e dor, enquanto sua alma repousava numa imensidão sem fim, eu embarquei em uma das letras de Flávia Wenceslau “Estou na terra/ no passado/ no presente e no futuro/ para ver, ser e entender/ a bússola do navegador/ a criatura e o criador.” E me imaginei num lugar distante em mundo que só minha imaginação conhecia, neste exato momento entre lágrimas, pedi encarecidamente a Deus e todos os Santos que pudessem fazer dos meus sonhos sua realidade mais nítida.
Adoro música, todas elas; as batucadas do axé, as letras repetitivas do pagode, a batida da eletrônica, e quase todas da MPB, mais quando eu morrer quero escutar Charlie Panker e Chet Baker; acho impressionante o que um “rebolation” pode fazer com uma pessoa, mais quando eu não estiver mais aqui, quero escutar os “Segredos” de Flavia Wenscelau “Uma parte do meu coração/ nem me chamou e foi embora/ se mandou num mar sem fim/ não tem saudade/ não tem hora”.
Adoro a linguagem e veracidade que me remete as crônicas de Martha Medeiros, mais quando eu morrer quero ter em mãos um livro de Fernando Pessoa.
Adoro Jeans e toda sua praticidade, mais quando eu morrer quero um vestido. Tecido branco, seda pura.
Adoro o perfume das rosas, mais quando eu morrer quero lírios amarelos e brancos. Quando eu fechar os olhos, quero acordar num quadro de Sara Victoria, caminhar descalça sobre pétalas de rosas num lindo jardim verde-musgo, sentir o vento no meu vestido e imaginar uma revoada de borboletas coloridas ao meu redor.
Adoro o canto dos bem-te-vis na primavera disputando com os sabias por um pedaço de fruta no quintal de minha casa, mais quando eu morrer quero olhar para o céu e ver uma nuvem de albatroz, sentir meu corpo leve e voar com eles rumo à outra estação.
Encanto-me sempre que vejo o pôr-do-sol, é quando sinto a magia do viver, mais quando eu morrer quero ver a lua cheia tocando no mar, daquelas que só vemos nas ilhas em pleno verão e um céu coberto de estrelas.  
Despedidas me fazem chorar, por isso quando eu morrer quero apenas agradecer e sair de cena como num grande show, para as pessoas que eu amei e que me amaram, e esperar um reencontro nesse imenso mar.
Quero olhar cada um de meus amigos e conhecidos e retribuir a saudade com um sorriso. E quando me aproximar do centro do jardim, onde os últimos acordes de Parker e Baker se desfazem, quero olhar para trás e ter a certeza que a morte não existe e que outro sonho me espera.
Nascemos e morremos todos os dias, tempo suficiente para aprender alguma coisa. Não quero uma despedida suplicante, e o preço desse meu sonho é aproximar minha personagem do que eu realmente sou. Encurtar essa distância deve ser o sentido da vida.
Bons Sonhos!

Um comentário:

  1. Caro blogueiro,

    Parabenizo pelo seu excelente trabalho na área de comunicação em nosso estado e porque não, no Brasil. Gostaria que o senhor tomasse nota desta minha reclamação, pois acredito no importante papel que a imprensa faz, e suas repercurções, o que está errado vai ser concertado.

    Sou funcionária da Apami- HOSPITAL MATERNIDADE ALUISIO ALVES, em Lajes/RN e estou inconformada com o quadro atual desta instituição pública de saúde.

    Este é o atual quadro do Hospital:

    A) Faltam alimentos no Hospital;
    B) Pela falta de alimentos, o Hospital não pode e nem vai internar nenhum paciente;
    C) Falta material de limpeza;
    D) Os médicos estão com os salários atrasados;
    E) Os funcionários estão sem receber os salários de Novembro e Dezembro de 2010;
    F) A Diretoria do Hospital está sem se comunicar uns com os outros;
    G) O tesoureiro não tem nenhuma autonomia, tudo depende do presidente atual, senhor Júnior Isidro.


    Lajes, 14 de janeiro de 2011

    Obrigada pelo espaço neste blog

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