quinta-feira, 25 de agosto de 2011

EUA se preparam para impacto do furacão Irene

O furacão Irene continuou a castigar o norte das Bahamas na quinta-feira de manhã, como tempestade de categoria 3, e ameaçou chegar à categoria 4, enquanto rumava para o norte, em direção ao estado da Carolina do Norte e à costa nordeste dos Estados Unidos.
Meteorologistas do Centro Nacional de Furacões dos EUA disseram que Irene pode atingir diretamente as Outer Banks, um conjunto de pequenas ilhas no litoral de Carolina do Norte, já no sábado, e declararam alerta de furacão ao longo da maior parte do litoral desse estado. As condições climáticas devem impedir que o furacão se afaste muito da costa, aumentando a probabilidade de que os estados americanos da costa leste sejam açoitados com perigosas ondas altas, ventos fortes e chuva pesada, segundo os meteorologistas.
A tempestade parece estar a caminho de bater na cidade de Nova York ou na área de Long Island no domingo, possivelmente ainda como furacão, embora enfraquecido. Ventos com força de furacão ultrapassam 117 quilômetros por hora, enquanto os ventos com força de tempestade tropical vão de 62 a 117 quilômetros por hora.
Associated Press
Orla da Ilha New Providence, nas Bahamas, durante a passagem do furacão Irene.
O Irene, já com ventos de 185 km/h, passou a cerca de 105 quilômetros a leste de Nassau, nas Bahamas, na quinta de manhã, pode se tornar um furacão de categoria 4 com ventos de 217 km/h até quinta-feira, quando começará a contornar a costa leste da Flórida.
A empresa ferroviária Amtrak cancelaram o serviço de trens ao sul de Washington para sexta-feira, sábado e domingo e informaram que outros cancelamentos podem ser necessários à medida que o furacão segue para o norte.
A Marinha americana enviou navios para alto mar na quinta-feira de manhã para evitar a tempestade. Navios de guerra baseados em Norfolk, no Estado de Virgínia, começaram a partir por volta das 8 horas, disse o tenente da Marinha Michael Sheehan, porta-voz da Segunda Frota americana.
Os navios atualmente retirados da área incluem os destroiéres com mísseis guiados USS Jason Dunham e USS Winston S. Churchill, e o navio de desembarque anfíbio USS Oak Hill. O deslocamento ainda está em andamento.
Fort Bragg, Carolina do Norte, foi nomeado "base de apoio para incidentes" para os militares durante a tempestade, com estoques de alimentos, água, veículos e equipamentos de emergência, disse o coronel David Lapan, porta-voz do Pentágono. Ele disse ainda que cerca de 98.000 membros da Guarda Nacional estão disponíveis para ajudar nos estados ao longo da rota esperada para a tempestade, desde a Flórida até a região nordestina dos EUA.
O governador de New Jersey, Chris Christie, declarou estado de emergência na quinta-feira. Christie alertou os moradores e turistas para ficarem longe do litoral este fim de semana. Ele disse que vai ordenar uma evacuação obrigatória se necessário.
Enquanto isso, uma nova tempestade tropical se formou Atlântico na quinta-feira cedo, e o Centro Nacional de Furacões informou que provavelmente se tornará uma tempestade tropical no final do dia.
As autoridades melhoraram sua capacidade de prever a rota do olho de um furacão, mas continuam relatando "erros de rastreamento" nesses esforços. Os meteorologistas cortaram aproximadamente pela metade a média dos erros de rastreamento para as previsões de 24 horas nos últimos anos, partindo de quase 160 quilômetros na década de 1990, para as tempestades tropicais e furacões do Atlântico.
Mas a média de erro de rastreamento na última década para as previsões de 48 e 72 horas continua de cerca de 160 quilômetros e 240 milhas, respectivamente, segundo o NHC, sediado em Miami. O centro só começou a oferecer previsões de cinco dias em 2003, e os erros de rastreamento para esses períodos são superiores a 320 quilômetros.
Variáveis como o cisalhamento, ou "tesoura de vento", choques de sistemas de pressão atmosférica e bolsões de água quente podem empurrar a tempestade mais para leste ou para oeste, fazendo a diferença entre chuvas e ventos fracos ou uma grande destruição ao longo da costa.
"Uma mudança na rota, de até mesmo de 16 quilômetros ou 64 quilômetros pode exercer um impacto enorme'', disse Timothy Schott, meteorologista graduado do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos.
Na quinta-feira cedo a tempestade estava castigando as Bahamas, com danos generalizados relatados em pelo menos duas ilhas do sul.
As ilhas na margem sudeste do arquipélago das Bahamas começaram a sentir toda a força da tempestade na quarta-feira.
Telhados foram arrancados de casas e árvores caídas se espalhavam pelas ruas da pequena ilha de Mayaguana, a meio caminho entre o sul da Flórida e Porto Rico, disse o capitão Stephen Russell, diretor da Agência Nacional de Gestão de Emergências das Bahamas. Grandes danos a edifícios também foram registrados nas ilhas vizinhas de Acklins e Crooked, disse a agência.
Não houve evacuações em massa, mas residentes em áreas baixas foram aconselhados a buscar os abrigos em terrenos mais altos, disse Russell. "As pessoas que construíram suas casas de forma adequada e de acordo com as normas de construção devem conseguir suportar" a tempestade, disse ele. Mas aqueles "que tentaram reduzir esses processos podem encontrar suas casas em perigo."
A maioria dos turistas tinha evacuado a Ilha Eleuthera, cheia de hotéis e resorts, disse Kingsley Betel, sub gerente no hotel Buccaneer Club em Governor's Harbour, a sede da ilha. Os moradores colocaram tábuas antifuracão nas janelas e estocaram víveres e suprimentos. "Nós estamos meio acostumados com isso", disse Bethel. Mas "quando ouvimos falar que um furacão está vindo para cá, começamos realmente a nos preparar."
O Condado de Dare, na Carolina do Norte deu ordem aos turistas na quarta-feira para evacuar a IIha de Ocracoke, uma barreira natural no arquipélago Outer Banks acessível apenas por balsa.
[FXIrene0824]
O furacão Irene em foto tirada pelo astronauta Ron Garan da Estação Espacial Internacional em 22 de agosto.
O furacão Irene já está perturbando os cronogramas de navios de contêineres, aumentando seus custos de combustível e mão de obra. A Maersk Line, o braço de transporte marítimo da dinamarquesa A.P. Moller-Maersk, refez na quarta-feira os cronogramas de 15 navios que transportam todo tipo de bens, de grãos até câmeras de vídeo, para tentar manter as embarcações bem à frente ou bem atrás da tempestade.
A mudança de horários acrescentou custos à Maersk, pois a empresa tem de pagar a mão de obra extra para descarregar os navios à noite, e também porque acelerar os navios queima mais combustível, disse Bill Fentress, diretor de alocações da Maersk Line. "Qualquer coisa que saia do cronograma previsto significa dólares, e ponto final", disse ele.
(Contribuíram Nathan Hodge, Jennifer Levitz e Cameron McWhirter .)


Fonte: http://online.wsj.com/article/SB10001424053111904875404576530703652228600.html 

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