Após três horas de reunião, o governo federal e as centrais sindicais não chegaram a um acordo sobre o reajuste do salário mínimo.
Ao final da conversa, representantes de entidades acusaram a presidente Dilma Rousseff de romper a política iniciada por Lula. O Executivo, por sua vez, não descartou apresentar uma proposta ao Congresso mesmo sem um acordo.
Os ministros Guido Mantega (Fazenda), Carlos Lupi (Trabalho) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) não abriram mão do valor fixado pela presidente, de R$ 545.
Diante disso, as centrais sindicais, que, antes da reunião admitiam negociar um valor abaixo dos R$ 580, recuaram.
"Se eles não sobem [o valor] de lá, nós não descemos daqui", disse o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Artur Henrique.
Os sindicalistas deixaram a reunião fazendo críticas a Dilma. O deputado Paulinho da Força (PDT-SP), presidente da Força Sindical, disse que a presidente está repetindo a política econômica de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e indo contra o legado de Lula.
"Quem manda é o mercado e isso é política do Fernando Henrique Cardoso. Eu saio dessa reunião frustrado. A impressão que tenho é de que o governo quer trocar a correção na tabela do imposto de renda pelo valor do salário mínimo, e isso não vamos aceitar", disse.
Mantega rechaçou o discurso do deputado. "Não tem rompimento nenhum. O governo está oferecendo o valor correto, nos critérios definidos por acordo 2007, assinado pelo governo e esses sindicalistas que estavam aqui", afirmou.
Segundo o ministro da Fazenda, o governo quer manter o acordo firmado há quatro anos. Ele estabeleceu uma política de valorização do salário mínimo, com correção baseada na inflação mais a variação do PIB de dois anos anteriores. 'E isso equivale rigorosamente a R$ 545', disse Mantega.
Gilberto Carvalho afirmou que, esmo sem acordo com as centrais, o governo levará a discussão para o Congresso Nacional. 'Aí vamos trabalhar junto à base aliada e à oposição para mostrar a correição dessa proposta'
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