Cientistas apresentaram nesta quarta-feira o genoma mais antigo já sequenciado, de um cavalo que viveu há 700 mil anos onde hoje é o oeste do Canadá. Os dados genéticos, extraídos de fragmentos de ossos que ficaram preservados no solo congelado da região, contam uma história bem mais longa do que a atualmente conhecida sobre a evolução desses animais, que estão entre os mais admirados e queridos pelos seres humanos há milhares de anos.
O genoma do fóssil, apresentado na revista "Nature", é mais de dez vezes mais antigo do que o do hominídeo Denisovan, publicado em 2012 por cientistas na Alemanha, com cerca de 50 mil anos de idade. O trabalho só foi possível graças a novas tecnologias de sequenciamento e bioinformática, que permitiram pôr em ordem milhões de fragmentos de DNA preservados no osso pelas baixas temperaturas.
Idade maior
Além do fóssil de 700 mil anos, os pesquisadores sequenciaram o genoma de um outro cavalo extinto, de 43 mil anos, assim como o de um asno, de cinco raças de cavalos modernos domesticados e de um cavalo-de-przewalski, uma linhagem de animais selvagens da Mongólia.
Compararam tudo isso e chegaram à conclusão de que a linhagem evolutiva que deu origem aos equinos modernos tem entre 4 milhões e 4,5 milhões de anos - duas vezes mais antiga do que se propunha até agora. Características associadas à força e velocidade em corridas, segundo o estudo, só se desenvolveram mais recentemente, nos últimos 200 mil anos. "Os genes que fazem do cavalo uma máquina de corrida não estavam presentes na origem, 700 mil anos atrás; eles são produtos de uma evolução bem mais recente", diz Orlando.
Os dados também confirmam que os cavalos-de-przewalski representam a última linhagem de cavalos verdadeiramente selvagens do planeta. A espécie foi classificada como extinta na natureza, na década de 1960, mas foi reintroduzida às estepes da Mongólia nos anos 1990, usando-se animais de cativeiro, e hoje é considerada "apenas" ameaçada de extinção.
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