domingo, 24 de novembro de 2013

Esperanto, A Língua Internacional Neutra Como Ferramenta de Igualdade, Fraternidade, Empoderamento Social e Justiça, / Esperanto, The Neutral International Language As Equality, Fraternity, Social Empowerment Toll and Justice


Na condição de seres sociais que somos, surge então a necessidade de interação, sendo a comunicação uma das suas formas, e neste caso por conseguinte necessita-se uma linguagem. Com isso sabe-se que a socialização, interação, comunicação e linguagem são também inerentes à humanidade (uma unidade, essência e natureza de cada ser humano e o conjunto de todos eles), por isso a linguagem tem como uma de suas funções além de comunicar e compartilhar informações, a de unificar, dentre outros usos.   



Diferentemente disto, alguns povos, etnias, culturas, pontos de vista filosóficos ou seres humanos em particular (nem tão humanizados assim) ao longo da história e atualmente a utilizaram e utilizam de forma distorcida, a fim de dominarem, tornarem-se hegemônicos, imporem suas culturas, ideologias, visões de mundo ou exercer egoísmo e a vaidade. A língua já foi utilizada para monopolizar o conhecimento nas mãos de poucos para manterem o poder ante a ignorância dos que não a dominavam, na antiguidade e idade média. Correntemente, vê-se o oposto, a utilização da língua de um povo ou alguns povos amplamente difundida, que, assim, proporciona uma comunicação globalizada, mas não muito democratizada, pois que, além da comunicação que é algo positivo, ela traz consigo de forma sutil a ideologia, cultura e costumes dos povos que a tem como língua materna que não fazem sentido ou têm significado para os demais (quem vive sem sentido é levado a qualquer lugar, ou ao que outros determinam), influenciando muitas vezes negativamente na identidade, nos ideais, cultura e costumes locais. Reforça-se desta forma, através da língua a dependência (termo utilizado pela sociologia) de um país pelo outro em vários aspectos, como político, científico, tecnológico, cultural e principalmente o econômico, este último que é apenas um dos muitos aspectos que influenciam as sociedades, mas que infelizmente parece ditar a maior parte dos interesses nas relações.






Por exemplo, no caso do Brasil, me parece que o português brasileiro tem muito mais estrangeirismos (ou barbarismos, como os linguistas também os chamam) do que o português de Portugal. Outro exemplo seria a introdução do halloween nos últimos anos (alguém sabe a origem da abóbora com uma vela dentro? Se sabe, em algum ponto tem a ver com nossa história ou que faça sentido para brasileiros como um povo?), dentre outros exemplos possíveis. 





No vídeo acima, o reporter Marcos Uchôa afirma que a globalização está tirando parte da originalidade da cultura da Índia, mas eu complementaria dizendo que não a globalização em si faz isto, em minha opinião ela sempre existiu e continuará existindo, pelas necessidades (não dependência) que temos uns dos outros em vários sentidos, então para mim a globalização é em essência interação, ou seja uma necessidade porque somos seres sociais com havia escrito anteriormente. Por esse motivo, não acredito ser a globalização a responsável pela perda da cultura original de qualquer lugar que seja, mas sim a forma como a globalização vem sendo feita ou forçada. Outra afirmação dele é que falar inglês tornou-se lá sinal da status, mas será que uma língua tratada desta forma ao invés de unir não cria mais uma barreira entre as pessoas que podem e as que não podem? Será que existe solução ou pelo menos uma forma mais humana de lidar com estas questões? Vamos ver!!! 



A questão demonstrada acima não deve ser entendida como estimulo à xenofobia, aliás, pelo contrário, conhecer, interagir, se aprofundar ou vivenciar outra cultura por livre escolha é bom, saudável e humano, por isso inclusive recomendável, porém o problema ético é a imposição de uma cultura e suas ideias em detrimento de outras por conveniências parciais e estratégias hegemônicas explicitas ou sutis, ou continuar a degradação paulatina de uma cultura por outra, principalmente quando há uma solução para isto. Se uma língua nacional assume o papel de língua internacional, esse fato atribui superioridade aquelas nações ou povos que detém tal privilégio, o que contraria valores como a justiça, igualdade, fraternidade e liberdade. Por isso a utilização de uma língua internacional neutra vem a ser benéfica para o progresso geral.



Alternativas...
Segundo o pensamento de Ludwik Lejzer Zamenhof (Lázaro Luís Zamenhof) "A sorte invariável das ideias de real progresso é, de início, a desconfiança, a resistência, a hostilidade. Entre elas se alinha a adoção de uma língua comum para as comunicações entre os povos, conquista ainda retardada em nosso tempo pelo espírito de rotina e pela inércia intelectual."

Para isto ele tratou do problema sob o foco das seguintes questões:
- Ela é possível, em princípio?
- Há esperança de que venha a ser utilizada na prática?
- Quando e de que modo isso ocorrerá e qual será a língua adotada?
- Nosso esforço tem finalidade definida, ou correremos o risco de que ele se perca?

Alguns receiam que a utilização de uma língua internacional venha a ensejar o desaparecimento das línguas nacionais ou que venha a ser adotada como nova língua nacional, mas na verdade tal fato favorecerá o fortalecimento as línguas nacionais, pois que, não havendo a necessidade de se estudar várias línguas estrangeiras para poder comunicar-se com pessoas de diferentes nações, se aprofundaria os conhecimentos na língua materna, ou seja, traria benefícios. As obras humanas seriam traduzidas para apenas uma única língua comum, em eventos internacionais não haveria quem não pudesse participar por não conhecer outras línguas estrangeiras. Desta forma, é evidente a necessidade bem como a viabilidade da utilização de uma língua internacional, ao se ter a possibilidade de aprender várias línguas, todos poderiam aprender apenas uma além de sua língua materna. 

Sabendo-se da necessidade e viabilidade para a adoção deste recurso, mais cedo ou mais tarde, pela força do progresso ela ocorrerá, mas isto dependerá da convicção de qual língua utilizar, o que ao contrário, geraria uma concorrência entre as línguas e, por muitas razões a decisão retardaria. Contudo, se fosse conhecida a língua a ser adotada nas relações internacionais, não se dependeria de uma iniciativa governamental para que seja assimilada, pois cada indivíduo ou sociedade o poderia fazer, o que acabaria fortalecendo a língua e aos governos caberia aceitar um fato.



De acordo com Zamenhof, se representantes dos povos se reunissem em congresso para decidir o assunto, teriam diante de si as seguintes alternativas:



- Escolher uma das línguas vivas existentes;

- Escolher uma das línguas mortas;
- Escolher uma das línguas planejadas;
- Nomear uma comissão para criar uma língua inteiramente nova.


A escolha recairia fatalmente numa língua planejada, dita artificial, pois nem as línguas vivas, por suas particularidades – ortografia complicada, pronúncia irregular, complexidade gramatical, ausência de neutralidade, vinculação a interesses nacionais –, nem as mortas, por algumas razões semelhantes, poderiam competir com a melhor forma de língua planejada conhecida: o esperanto.


Nele se reúnem as condições essenciais para o desempenho da função para a qual foi concebido.


Sua ortografia é regular e fonética; sua gramática, com apenas 16 regras sem exceções, é de fácil aprendizado; seu vocabulário é formado pelas raízes que compõem as grandes línguas modernas de cultura; sua neutralidade é incontestável, pois não serve a interesses nacionais, não está vinculado a grupos étnicos, religiosos, a correntes políticas ou filosóficas; seus ideais são os que concorrem para a aproximação dos povos, das culturas, por expressar plenamente as aspirações de uma Humanidade renovada pelos ideais de paz, justiça e fraternidade.

Tudo leva a crer que:


- A adoção de uma língua internacional seria utilíssima para a Humanidade; 

- Ela é absolutamente possível e provavelmente ocorrerá, cedo ou tarde, por mais que os rotineiros lutem contra isso;
- Como língua internacional nunca será escolhida outra que não seja uma língua planejada; 
- A escolhida muito provavelmente será o esperanto, na sua forma atual ou com posteriores alterações.

(http://www.febnet.org.br/blog/geral/estudos/esperanto/ideia-de-lingua-internacional/)

O esperanto


O médico e linguista polonês Ludwik Lejzer Zamenhof, nascido em 15 de dezembro de 1859 na cidade de Bialystok que na época pertencia ao império russo, atualmente território polonês, publicou em 1887 a primeira versão do Esperanto, uma língua planejada. Sendo desenvolvida em um contexto multicultural, onde havia diferentes povos que falavam muitas línguas nesse período na Polônia, o que dificultava a comunicação e o entendimento entre eles embora convivessem no mesmo país. Motivado por essa situação, Zamenhof desenvolveu o esperanto, no intuito de criar uma língua auxiliar neutra, que pudesse ser utilizada como língua franca internacional de fácil aprendizagem (possui apenas 16 regras gramaticais, quase o mesmo número das regras de crase do português) para toda população mundial e não uma língua que substituísse as demais. 



Por isso, o esperanto mostra-se como alternativa na questão da utilização de uma língua internacional neutra, ou seja, não pertencente a uma nação, povo, cultura ou ideologia em particular, que é de caráter transnacional e de cultura universal. Em 1954 uma resolução da UNESCO (IV. 1.4.422-4224) reconhece oficialmente o papel do esperanto para a educação, ciência e cultura, sendo que em 1985 outra resolução da mesma instituição recomendou aos países membros a difusão do esperanto.



Manifesto esperantista (Manifesto de Praga)

O Manifesto de Praga é um documento que visa sintetizar as posições comuns dos esperantistas, apresentado para discussão em 1996 no 81° congresso mundial de Esperanto, em Praga. O seu principal autor foi Mark Fettes. Segundo o próprio manifesto, trata-se de uma declaração de "membros do movimento global pelo progresso do esperanto" e direciona-se a "todos os governos, organizações internacionais e pessoas de boa vontade". O manifesto tem a intenção de apresentar os princípios do movimento esperantista, atentando para as vantagens do esperanto a partir do sete pontos de vista a seguir:

Democracia: Um sistema de comunicação linguística que privilegia algumas pessoas, mas exige de outras que invistam anos de estudos para alcançar um grau razoável de fluência, é fundamentalmente antidemocrático. Embora, como qualquer outra língua, não seja perfeito, o Esperanto, em muito, supera qualquer rival na esfera da comunicação global igualitária.


Afirmamos que uma desigualdade linguística traz como conseqüência uma desigualdade em todos os demais níveis. Pertencemos a um movimento que luta em, favor de uma democracia na comunicação.
Educação transnacional: Cada língua étnica está ligada a uma cultura e a uma nação definida. Por exemplo, aquele que estuda o inglês aprende a respeito da cultura, da geografia e da política dos países de língua inglesa, principalmente os Estados Unidos e a Inglaterra. Aquele que estuda Esperanto aprende a respeito de um mundo sem fronteiras, em que cada país se apresenta como se fosse o seu próprio.
Afirmamos que a educação por meio de qualquer língua étnica está ligada a uma perspectiva limitada a respeito do mundo. Somos um movimento a favor de uma educação transnacional.

Eficácia pedagógica: Somente uma pequena percentagem daqueles que estudam uma língua estrangeira conseguem dominá-la. Um domínio pleno do Esperanto é possível, até mesmo autodidaticamente. Diversos estudos realizados comprovam os efeitos propedêuticos do Esperanto para o aprendizado de outras línguas. Recomenda-se também o Esperanto como disciplina auxiliar para a conscientização linguística dos alunos.
Afirmamos que a dificuldade das línguas étnicas sempre se apresentará como um obstáculo para muitos alunos, que, no entanto, poderiam tirar proveito do conhecimento de uma segunda língua. Somos um movimento a favor de um ensino de línguas eficientes.

Multilinguismo: A comunidade esperantista é uma das poucas, em escala mundial, cujos participantes são, em geral, bilíngües ou multilíngües. Cada membro dessa comunidade costuma aprender, pelo menos, outra língua além da sua, para uso conversacional. Isso conduz automaticamente o indivíduo ao saber e ao amor a várias línguas e, conseqüentemente, a possuir um horizonte mais vasto.
Afirmamos que os membros de todas as comunidades linguísticas grandes e pequenas, deveriam dispor de uma chance real para apropriar uma segunda língua, a um nível razoável de comunicação. Somos um movimento que possibilita essa oportunidade.

Direitos linguísticos: A existência de línguas fortes e fracas é uma condição que conduz grande parte da humanidade a uma situação de permanente insegurança ou submissão lingüística. Na comunidade esperantista, os membros de línguas importantes ou não-importantes, oficiais ou não-oficiais, reúnem-se num ambiente neutro, graças a um compromisso que enfatiza o respeito recíproco. Esse equilíbrio entre direitos e deveres lingüísticos possibilita o surgimento de outras soluções para resolver os conflitos ou as desigualdades linguísticas.
Afirmamos que a existência de línguas mais fortes que outras torna sem efeito as garantias assumidas em inúmeros documentos internacionais, visando a dar um tratamento igual a diferentes línguas. Somos um movimento a favor dos direitos linguísticos.

Diversidade linguística: Os diferentes governos nacionais costumam considerar a grande diversidade de línguas existente no mundo como uma barreira à comunicação e ao progresso. Entretanto, essa diversidade lingüística é, para a comunidade esperantista, uma constante e imprescindível fonte de riqueza. Conseqüentemente, qualquer língua, assim como qualquer ser vivente, é digna de proteção e apoio.
Afirmamos que a política de comunicação e progresso, se não for baseada no respeito e apoio a todos os idiomas, condena ao desaparecimento a maioria das línguas existentes no mundo. Somos, portanto, um movimento a favor de uma diversidade linguística.

Emancipação do ser humano: Cada língua liberta e, ao mesmo tempo, aprisiona seus usuários, dando-lhes o poder para comunicar-se entre si, mas impedindo a comunicação com outros seres humanos. Planejado como um meio de comunicação universal, o Esperanto é um dos grandes projetos para a emancipação humana, que se encontra em pleno funcionamento - projeto esse que possibilita a cada pessoa participar, como indivíduo, na comunidade planetária, embora com firmes raízes em sua cultura local e identidade linguística mas não limitada por elas.
Afirmamos que o uso exclusivo de línguas nacionais estabelece inevitavelmente barreiras para a livre expressão, comunicação e associação. Somos um movimento a favor da emancipação humana.
A necessidade de comunicação é intrínseca à humanidade, do nível individual ao internacional, por isso sempre houve formas de supri-la, porém historicamente é verificado que as soluções e o modo como foram empregadas não são os mais adequadas e justas, mas sim as mais convenientes para grupos, geralmente dominantes em alguma área ou mais. Atualmente, existe uma alternativa adequada, o esperanto, que pelos seus princípios, valores e características promove a igualdade, fraternidade, empoderamento social e a justiça, o que de fato unirá sem sobrepujar ou criar dependência, e me utilizando da afirmação de Gandhi, que "nos tornemos a mudança que queremos ver acontecer no mundo", pois do contrário o estado atual das coisas permanecerá e segundo outro Ghandi, o neto, Arun Gandhi "se mudarmos a nós mesmos, poderemos mudar o mundo, e essa mudança começará por nossa linguagem e nossos métodos de comunicação".


Caso seja de interesse, seguem algumas ligações referente ao Esperanto:

Associação Universal de Esperanto
Liga Brasileira de Esperanto
Baixe Curso de Esperanto Gratuito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esperanto

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